pt
  • Português
  • Inglês
O que procuras?
Futebol Feminino
Voltar

Sabe tudo sobre o Futebol Feminino em Portugal

O futebol feminino está em ascensão ano após ano! Com a ajuda da Portugal Store, podes descobrir todos os pormenores e a história deste desporto hoje!

O futebol quando nasceu não foi para todos. Durante muitas décadas, o futebol foi visto como um desporto estritamente masculino não deixando espaço para que as mulheres expressassem os seus argumentos no terreno de jogo.

Tudo isso tem vindo paulatinamente a mudar e a melhor expressão dessa mudança são os números relativos ao último mundial de futebol feminino disputado  na Austrália e Nova Zelândia em 2023. Segundo a FIFA,  2 bilhões de pessoas acompanharam este mundial feminino pela TV ou através das plataformas digitais,  e quase 2 milhões assistiram aos jogos nos estádios.

Origem do Futebol Feminino

Apesar do recente crescimento do futebol feminino a nível mundial, como referimos na introdução a este artigo, não é fácil, face ao ostracismo a que estiveram votadas durante muito tempo, encontrar registos sobre as mulheres no futebol.

 

Fora daquela que é considerada a “pátria do Futebol”, os primeiros registos de mulheres no futebol em países como a França e a Rússia só aparecem, respetivamente em 1910 e 1911, enquanto na Itália e Alemanha só ocorreu depois da Primeira Guerra Mundial.

 

No Brasil, os primeiros indícios disponíveis sobre um jogo de futebol feminino datam de 1921 e dizem respeito a um jogo entre uma equipa do Estado de Santa Catarina e outra do Estado de São Paulo.

Mundiais, Europeus e UEFA Womens Champions League

Ao longo dos anos seguintes, outros países, entre os quais Portugal, seguiram os passos destes pioneiros, mas foi preciso esperar por 1971 para que um primeiro protótipo de Mundial feminino fosse uma realidade. Este torneio, formato “Mundialito” realizado no México sob alçada da Federation of Independent European Female Football (FIEFF) reuniu seis seleções (México, Argentina, França, Itália, Dinamarca e Inglaterra) e acabou com a vitória da Dinamarca por 3-0 sobre o México.

 

Este tipo de mundialito e ocasionais torneiros internacionais foram o melhor que o mundo do futebol ofereceu às seleções femininas durante as décadas de 70 e 80. Foi em 1991, após anos de pressão sobre a FIFA para que esta apostasse verdadeiramente no futebol feminino, que as pretensões de milhares de jogadoras espalhadas pelo mundo surtiram efeito com a organização do primeiro Campeonato do Mundo FIFA de futebol feminino. Este torneio decorreu na China e terminou com a seleção norte-americana a bater a sua congénere norueguesa por 2-1.

 

Se os mundiais só surgiram em 1991 e não contaram, até então, com a presença da seleção nacional feminina de Portugal os campeonatos europeus têm não só uma história um pouco mais antiga, como já viram a equipa das quinas entre as equipas finalistas da prova.

 

Nascidos em 1984, os campeonatos europeus de futebol feminino contam já com 12 edições, entre as quais a edição de 2017 nos Países Baixos que marcou a estreia dos equipamentos da seleção nacional feminina em grandes competições internacionais.

 

O crescimento do futebol feminino na Europa faz-se, também, pelo lado dos clubes. A par do nascimento de ligas profissionais femininas em países como a Suécia, Alemanha, Espanha, França e Inglaterra e desenvolvimento de campeonatos como o português surgiu, em 2009, a UEFA Womens Champions League que veio substituir a antiga UEFA Womens Cup e que, ao longo destes poucos mais de 12 anos de existência, se foi tornou gradualmente cada vez mais profissional.

História do Futebol Feminino em Portugal

É difícil traçar a origem do futebol feminino em Portugal, uma vez que há poucos registos da participação feminina na modalidade. Contudo, há notícias a respeito de jogos realizados em março de 1935, entre equipas femininas de Paços de Brandão e do C.D. Feirense. Entre 1935 e 1936 diversos jogos foram realizados, porém, não há registos sobre tais confrontos dentro das quatro linhas.

 

Em 1985, a Federação Portuguesa de Futebol criou a “mãe” das competições nacionais de clubes de futebol feminino. Denominada de Taça Nacional de futebol feminino, esta competição era disputada de maneira semelhante ao extinto Campeonato de Portugal (masculino) e foi responsável por determinar o campeão nacional até à época de 1992/93.

 

Com oito títulos consecutivos, a equipa feminina do Boavista foi a grande dominadora desta Taça Nacional e das primeiras edições do Campeonato Nacional que se lhe seguiu, tendo conquistado três dos quatro primeiros campeonatos femininos, verdadeiramente, nacionais disputados em Portugal.

 

Após o domínio do Boavista e o interlúdio do Gatões Futebol Clube, os anos 2000 viram a União 1º Dezembro tomar conta do futebol feminino nacional e conquistar 12 títulos de campeão nacional até 2012, onze dos quais consecutivos. Nos quatro anos seguintes, o Campeonato Nacional de futebol feminino foi conquistado em dose dupla por, respetivamente Atlético Ouriense e Futebol Benfica, período que antecedeu a entrada em cena de Sporting, Braga e Benfica que acabaria por levar a uma maior profissionalização da competição e mediatismo por parte da comunicação social (os jogos são atualmente transmitidos pelo canal 11), empresas (a liga portuguesa passou a ter sponsor oficial) e público em geral.

 

É entre estes três grandes do futebol português que são disputados não só os últimos quatro títulos nacionais, como também as respetivas edições da Taça de Portugal. Uma palavra para esta última competição que se iniciou na época 2003-2004 com uma vitória do 1º Dezembro por 6-0 sobre o Sport Marítimo Murtoense. Com exceção da época 2019-2020, todas as finais da Taça de Portugal feminina são, à semelhança do que ocorre no futebol masculino, no Estádio Nacional.

 

Uma nota, o jogo de futebol feminino com maior assistência em Portugal foi de 15.204 pessoas no dérbi solidário entre Benfica e Sporting disputado no Estádio do Restelo em março de 2019.

Seleção Nacional de Futebol Feminino: uma história de superação

Apesar de ainda estar longe da fama e proveito da sua congénere masculina, a seleção nacional feminina vai dando passos sólidos no seu crescimento.

O primeiro jogo de um onze nacional feminino aconteceu em 1981 frente à França e terminou com um empate a zero. Três anos depois, a seleção portuguesa entrava no processo de qualificação para o primeiro europeu feminino da história que viria a terminar com dois empates e quatro derrotas. Os quatro europeus seguintes também não iriam contar com a presença da equipa das quinas, mas, desta feita, devido a não entrar sequer na qualificação. Tal só viria a tornar-se recorrente a partir da qualificação para o Euro 95 tendo culminado com a espetacular qualificação de Portugal para o Euro 2017 disputado nos Países Baixos.

Esta conquista histórica não só para a seleção feminina lusa, mas também e sobretudo para todas as mulheres portuguesas, desportistas ou não, começou com uma derrota contra a Espanha por 2-0 seguida de uma fantástica vitória por 2-1 frente à Escócia. As esperanças de levar o sonho mais longe acabou às mãos da Inglaterra, uma das melhores seleções do mundo, na última jornada da fase de grupos com uma derrota apertada por 2-1.

No entanto, e para o orgulho de todos os portugueses, a seleção A do futebol feminino, vai disputar o Europeu Feminino que começa a 6 de julho de 2022. Com a retirada da Rússia em todas as competições internacionais de seleções, Portugal conseguiu o seu lugar no Grupo C (onde irá enfrentar três grandes seleções: Suíça, Suécia e Países Baixos) e está pronto para demonstrar ao mundo o valor da seleção portuguesa de futebol feminino.

Em mundiais a história não é a mesma. Presente em todas as fases de qualificação para os mundiais femininos, o melhor que a seleção nacional conseguiu foram dois terceiros lugares nos respetivos grupos de qualificação para os mundiais de 2011 e 2019. Prova da evolução da seleção feminina portuguesa foi o segundo lugar que ocupou na fase de qualificação para o Mundial da Austrália/Nova Zelândia de 2023 num grupo com Alemanha, Sérvia, Turquia, Israel e Bulgária.

Uma palavra nesta breve história da seleção nacional de futebol feminino para a prestigiada Algarve Cup, competição que junta no Algarve, anualmente desde 1994, as melhores seleções mundiais de futebol feminino. Neste particular, é de destacar a fantástica prestação do onze nacional feminino na edição de 2018 onde, depois de vencer China, Noruega e Austrália, acabou por conquistar a medalha de bronze.

Em termos individuais, a melhor marcadora de sempre da seleção feminina é Edite Fernandes com 39 golos, enquanto as 145 vezes que envergou a camisola das quinas garantem a Carla Couto o primeiro lugar entre as jogadoras mais internacionais de sempre.

Confirmando o bom momento do futebol feminino em Portugal, a seleção portuguesa feminina ascendeu recentemente ao 25º lugar no ranking da FIFA, a melhor posição de toda a sua história.