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Entre 2013/14 e 2020/21, o Campeonato de Portugal foi o terceiro escalão do futebol português e o primeiro das competições de futebol organizadas pela FPF (Federação Portuguesa de Futebol), mas a época 2021/22 trouxe a todos os adeptos da “redondinha” uma novidade: a Liga 3.
Da necessidade de dar mais visibilidade aos jogadores e clubes das divisões inferiores do futebol português e facilitar a transição destes para os quadros do futebol profissional da Liga de Futebol, a FPF reuniu e decidiu criar a Liga 3.
À semelhança do que acontece, por exemplo, na Alemanha e, mais recentemente, em Espanha, o nascimento da Liga 3 na época de 2021/22 veio trazer-nos uma competição mais exigente, profissional e, acima de tudo, mais competitiva e atraente para adeptos e televisões.
Aliás, no que diz respeito à exigência com os clubes e a atração dos adeptos, a FPF obriga a que os clubes que participem nesta liga dotem os seus estádios de condições para transmissões televisivas, asseguradas pelo canal 11 da FPF, cadeiras para maior comodidade dos adeptos e relva natural.
De sublinhar ainda que, nos termos do regulamento, os clubes da Liga 3 devem estar organizados sob a forma de sociedade desportiva de modo a existir uma maior transparência financeira e um maior controlo das contas.
Caso um clube que tenha garantido a subida à Liga 3 não cumpra com os deveres de prestação de informação previstos no regulamento ou os critérios de participação definidos, será substituído pelo clube melhor classificado da sua série no Campeonato de Portugal da época anterior.
Quando a Liga 3 viu a luz do dia, a competição era formada por 24 equipas, 22 das quais provinham do Campeonato de Portugal da época anterior e duas despromovidas da Segunda Liga.
Entre estes participantes, contavam-se emblemas que ajudaram a escrever a história do futebol português, como é o caso do Vitória Futebol Clube (Vitória de Setúbal), do União de Leiria e do Torreense.
Para além destes, as duas séries divididas sob critérios geográficos, Série A a Norte e Série B a Sul, contaram ainda com as equipas secundárias de clubes bem conhecidos do panorama futebolístico nacional e internacional, como foram os casos do Sporting B, o Sporting de Braga B e o Vitória Sport Clube B (Vitória de Guimarães).
Em cada uma das séries, os clubes jogaram entre si a duas voltas. No final das 22 jornadas, os quatro primeiros classificados de cada série qualificaram-se para uma segunda fase, denominada fase de subida, enquanto os restantes oito clubes de cada série (do 5º aos 12º classificados) passaram a disputar a fase de manutenção e descida.
Na fase de subida, o critério geográfico continuou a dividir os oito clubes em duas séries de quatro equipas que jogavam entre si a duas voltas. Findas estas duas voltas, o 1º classificado de cada um dos grupos subia à Segunda Liga, enquanto os 2º classificados foram disputar um play-off para definir qual das duas equipas iria apurar-se para um novo play-off, a duas voltas, com o antepenúltimo classificado da Segunda Liga para definir quem subiria/manter-se-ia naquela divisão.
Além de assegurarem a subida à Liga 2, o primeiro classificado de cada uma das duas séries da fase de subida disputaram, ainda, um jogo no Estádio do Jamor para definir o campeão da edição inaugural da Liga 3.
Quanto à fase de manutenção e descida, o último classificado de cada um dos quatro grupos de quatro equipas acabou por descer ao Campeonato de Portugal.
Nota: nesta edição, os clubes da fase de manutenção e descida eram bonificados, à partida e de acordo com a sua classificação na fase anterior, em 2, 4, 6 e 8 pontos.
Para esta época, o quadro competitivo manteve-se o mesmo em relação à edição anterior, mas com uma diferença: ao invés de apenas uma equipa despromovida por série da fase de manutenção e descida, em 2022/23 desceram duas por série num total de 8 clubes despromovidos.
Sublinhe-se, contudo, a presença de Belenenses, Académica (de Coimbra) e Varzim, equipas com grandes pergaminhos na Primeira Liga tendo conquistado entre si, um campeonato nacional da primeira divisão (Belenenses) e várias Taças de Portugal (3 para o Belenenses e 2 para a Académica).
Tal como tinha sido definido na criação da Liga 3, o número de equipas foi reduzido para a época 2023/24 passando das anteriores 24 para 20.
Apesar de seguir a mesma fórmula competitiva na primeira fase da liga (duas séries de 10 equipas dividas sob critérios geográficos), as fases seguintes sofreram algumas mudanças.
No caso da fase de subida, os quatro primeiros classificados de cada série foram agrupados numa única série onde todos os clubes participantes começaram com zero pontos. Após a disputa de duas voltas, os dois primeiros classificados garantiram a subida à Segunda Liga enquanto o terceiro classificado apurou-se para um play-off de subida a duas mãos contra o 16º classificado da Segunda Liga.
Já no que diz respeito à fase de manutenção e descida, os 12 clubes restantes foram agrupados em duas séries de 6 equipas. Após a disputa de duas voltas, os dois últimos classificados de cada série desceram ao Campeonato de Portugal.
Nota: na fase de manutenção e descida da época 2023/24, cada clube era bonificado, em função da sua classificação, entre 1 e 5 pontos.
Apesar de jovem, a Liga 3 já tem muitas histórias para contar. Uma delas é a inegável atração dos adeptos pela competição.
Além das audiências dos jogos transmitidos pelo canal 11 da FPF, a ocupação dos estádios tem sido bastante significativa tendo-se verificado, inclusive, na fase de subida da temporada 2022/23, médias superiores a 4 mil espetadores por jogo.
No domínio das assistências, o recorde pertence à União de Leiria, clube que, na fase de subida da época 2022/23 num jogo contra o Sporting de Braga B, conseguiu atrair 22 197 pessoas ao Estádio Dr. Magalhães Pessoa.
Aliás, os primeiros lugares em termos de assistência acabam por pertencer ao clube de Leiria que, ao longo das duas épocas que passou nesta liga, conseguiu bater, por várias vezes, o seu próprio recorde.
União de Leiria que, na época 2022/23, sagrou-se campeão da Liga 3 num jogo a fazer lembrar outros tempos contra o Belenenses. No Jamor, perante mais de 15 mil espetadores, o clube das margens do Liz venceu os azuis do Restelo por 1-0, cortesia do lateral-direito brasileiro Valdir Júnior.
No ano anterior, a honra coube ao Torreense que, numa final disputada contra a UD Oliveirense, garantiu um lugar na história do futebol português como o primeiro campeão da Liga 3.
Se os louros vão para os vencedores, falar da Liga 3 é, obrigatoriamente, falar do FC Felgueiras que, nas três edições da liga disputadas até hoje, conseguiu vencer sempre a primeira fase do campeonato.
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