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História Do Futebol em Portugal | Portugal Store | FPF
Conhece a história do futebol no nosso país. Vamos descobrir onde nasceu esta paixão enorme por futebol em Portugal.
19 abril 2022
Sabias que foi um anónimo largo na ilha da Madeira a receber o primeiro jogo de futebol em Portugal ou que o jogo que marcou a estreia da seleção nacional aconteceu fora do território nacional?
Se és amante de futebol e queres ficar a conhecer tudo sobre a história do futebol português, desde os primeiros toques na redondinha até ao eterno pontapé de Éder que ajudou a consagrar Portugal como campeão europeu em 2016, fica connosco e acompanha-nos nesta jornada pelas lendas e conquistas do desporto que incendeia os corações lusitanos.
Primeiros pontapés da história do futebol: um sonho em forma de bola
Tal como aconteceu um pouco por todo o mundo, a História do Futebol começa a ser escrita na língua de Shakespeare. Rezam as crónicas, que fotografias ou vídeos não os existem, que em 1875 no Largo da Achada situado na Camacha, Madeira, um jovem estudante britânico em férias de nome Harry Hinton dava início aquele que é considerado o primeiro jogo de “foot-ball” em Portugal.
Seria, contudo, apenas em 1888 que, longe de imaginarem a revolução a que dariam origem, os irmãos Pinto Basto trazem para Portugal continental uma bola de couro. Essa bola começa a rolar num belo domingo à tarde na Parada de Cascais naquilo que seria o primeiro “ensaio”, gíria da época pedida emprestada ao rugby para definir um treino de futebol.
Do treino à prática foi um saltinho de pardal e, a 22 de janeiro do ano seguinte, os mesmos irmãos, desta feita no Campo Pequeno em Lisboa, organizam o primeiro jogo propriamente dito numa disputa entre um “onze” inteiramente português e um onze constituído somente por ingleses.
À semelhança do que um século mais tarde viria a acontecer com extraordinária regularidade nos confrontos entre portugueses e ingleses, a vitória sorriria às cores nacionais por 2-1.
Atraídas as atenções da alta burguesia e da aristocracia para o fenómeno futebol, em 1892 acaba por nascer pela mão de Guilherme Pinto Basto o Foot-Ball Club Lisbonense, clube que a 2 de março de 1894 disputaria a Taça D. Carlos I com o Foot-Ball Club do Porto, génese daquilo que viria a ser o atual FC Porto, no campo do Oporto Cricket Club e que terminou com vitória dos lisboetas.
Apesar de ainda ser olhado de soslaio pela classe operária, o futebol ganhou um ímpeto tremendo que pode ser observado pelas inúmeras “academias” e clubes que foram fundados até ao final do século e onde se contam, por exemplo, o Grupo Sportivo de Carcavelos, o Real Ginásio Português, o Porto Cricket ou o Sport Club Vianense, este último ainda em atividade.
A história do futebol nesse século começa com o primeiro jogo internacional de uma equipa de futebol nacional. O autor desta proeza foi o CIF (Club Internacional de Foot-Ball) que, em 1907, se deslocou a Madrid para derrotar o Madrid Football Club.
Três anos depois desta primeira epopeia europeia, o futebol português transforma-se numa verdadeira maternidade de clubes. Só entre 1904 e 1908 nasce o Boavista Footballers, futuro Boavista FC, o Sporting CP, um refundado FC Porto e o Sport Lisboa, clube que após fusão o GS Benfica em 1908, daria lugar ao Sport Lisboa e Benfica.
Apesar da desorganização que marcou os primeiros anos do século XX, as rivalidades entre clubes foram crescendo, embora sempre diminuídas pela ausência de um campeonato verdadeiramente nacional: de 1906, nascimento do Campeonato de Lisboa, passando pelo 1º Campeonato do Porto em 1913, o quadro competitivo nacional até 1921/1922 foi exclusivamente composto por provas de âmbito regional.
História do Futebol: o nascimento da FPF e os Heróis de Amesterdão
Em 1914, a bola passa a rolar de forma diferente. As associações de Porto, Lisboa e Portalegre juntam vontades e, a 31 de março, fundam a União Portuguesa de Futebol (UFP), entidade que vem organizar e regulamentar a prática do futebol a nível nacional e que teve na pessoa do Dr. Sá e Oliveira o seu primeiro presidente.
Para além do fomentar a criação de novas associações em todo o país, morava no artigo 6 da UFP uma das grandes razões da sua existência: a criação do Campeonato de Portugal.
Este sonho viria a ser apenas concretizado na época 1921/1922 quando, depois de uma qualificação regional, FC Porto (campeão do Porto) e Sporting CP (campeão de Lisboa) se defrontam numa final a duas mãos que só uma finalíssima viria a desempatar a favor dos dragões.
Em 1926, em Congresso da UFP, foi decidido alterar a denominação da organização para Federação Portuguesa de Futebol (FPF), assim como se decidiu organizar uma prova em formato de Campeonato (todos contra todos e a duas voltas), que teria lugar em 1934, sob auspícios de uma Liga de Futebol.
A FPF chamaria a si as rédeas do processo em 1938, passando a organizar o Campeonato - ganho pelo FC Porto na primeira edição - e a Taça de Portugal, que se estreou nesse ano com a vitória da Académica.
Uns meses antes destas conquistas, a história do futebol português conhecia um outro momento memorável: o nascimento da Seleção Nacional.
Capitaneada por Cândido de Oliveira, a equipa das quinas deslocou-se a Espanha para um jogo particular com a sua congénere espanhola que acabou com a vitória de nuestros hermanos por 3-1.
Depois do arranque titubeante, em 1925 a equipa de todos nós ganharia 1-0 a Itália para, dois anos mais tarde, esmagar a França no Lumiar com quatro golos sem resposta.
Estamos agora a 27 de maio de 1928. A seleção portuguesa está no torneio olímpico de futebol dos Jogos de Amesterdão (hoje considerados como “Mundiais” pela FIFA) e, depois de bater Chile (4-2) e Jugoslávia (2-1), acaba por ser eliminada ingloriamente nos quartos de final da competição pelo Egipto (1-2) conseguindo, ainda assim, o melhor resultado de sempre até Eusébio e companhia terem levado Portugal ao 3º lugar do Mundial de Inglaterra em 1966.
Os Cinco Violinos e a construção das “catedrais”
Não era uma orquestra no sentido literal do termo, mas quando Jesus Correia, Albano, Vasques, Travassos e Peyroteo entravam em campo nos anos 40 com a camisola do Sporting vestida era sinal de que havia recital a caminho.
Para sempre lembrados como os “Cinco Violinos”, estes atacantes, que só jogaram juntos três anos (1946-1949), marcaram mais de 800 golos e deram um tricampeonato e uma Taça de Portugal ao Sporting de mestre Cândido de Oliveira.
Na frente deste conjunto de solistas de inegável talento estava Peyroteo. Nascido em Angola, Peyroteo veio para o Sporting na época 37/38 e ao longo de treze anos de leão ao peito imortalizou o seu nome no imaginário coletivo da história do futebol sendo, ainda hoje, o jogador com mais golos marcados (332) no campeonato nacional.
Um ano antes dos cinco violinos iniciarem a sua “digressão” pelos campos de futebol portugueses, dá-se o inusitado: o Belenenses de Augusto Silva (então treinador, depois de ter sido dos mais brilhantes jogadores da sua geração) tira o primeiro campeonato aos “três grandes”, feito que só viria a ser igualado na mudança de milénio pelo “Boavistão” de Jaime Pacheco.
Se os anos 40 são da música clássica, a década seguinte pertence às catedrais onde ela irá ser tocada no meio-século seguinte. O Estádio das Antas nasce em 1952, o Estádio da Luz em 1954 e o Estádio José de Alvalade, bem como o Estádio do Restelo, abrem portas em 1956.
Apesar do belo equipamento da equipa de todos nós, a Seleção falha todos os apuramentos para Europeus e Mundiais da década e só o surgimento de figuras icónicas como Matateu e José Águas ajudaram a atenuar o desalento que se apoderou do futebol nacional.
História do Futebol em Portugal: O elevador da glória
Com o aprofundamento do profissionalismo iniciado na década anterior e a chegada de treinadores com novas filosofias de jogo como Otto Glória, Fernando Riera e, sobretudo, do temperamental Béla Guttmann, clubes e seleção ganhariam força, culminando com a conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus pelo Benfica de Eusébio & Companhia em dois anos consecutivos (1961 e 1962), enquanto do outro lado da segunda circular o “cantinho do Morais” dava ao Sporting o direito a levantar a Taça dos Vencedores das Taças em 1964.
Dois anos depois, esta geração de jogadores fadados para a glória juntou-se sob um mesmo equipamento para assegurarem a primeira qualificação da Seleção para um Campeonato do Mundo, torneio do qual a equipa sai com o terceiro lugar do pódio e um Eusébio lavado em lágrimas, mas com o mundo do futebol a seus pés e o prémio de melhor marcador do torneio no bolso com 9 golos apontados.
A década seguinte foi de dieta. Nem clubes nem Seleção conseguiram obter resultados de destaque nos palcos internacionais, mas neste retângulo à beira-mar plantado existiu quem encontrasse razões para festejar. Depois de 19 de seca, o FC Porto volta a ganhar o Campeonato Nacional em 1978 pela mão do genial José Maria Pedroto.
Verão mágico
Recomposta do deserto da década anterior, a Seleção portuguesa vive o sonho. No verão mágico de 1984, Portugal surpreende o mundo do futebol ao ultrapassar a fase de grupos do Euro 84 e obrigar a França a fazer “horas-extra” para bater a equipa das quinas por 3-2.
Era a época de fazer dos sonhos realidade e, nesta onda encantatória, nem a Alemanha parou a Seleção na sua caminhada para o Mundial do México. Aos 54 minutos do último e decisivo jogo de qualificação, Carlos Manuel dispara do meio da rua para o fundo das redes de um atónito Harald Schumacher, selando não só uma vitória histórica em solo germânico, como o bilhete de ida para o México 86, mundial onde acabaria eliminada na fase de grupos depois de uma atribulada estadia em terras de mariachis.
Enquanto a poeira do caso “Saltillo” acalmava, um grupo de jovens jogadores comandados pelo Professor Carlos Queiroz preparava-se para conquistar o mundo. Em 1989, a camisola vermelha que então equipava a seleção de sub-20, “despacha” a Nigéria na final de Riade (Arábia Saudita) por 2-0 e levanta a taça de campeão do mundo da categoria.
Dois anos de história do futebol, o feito repete-se. Perante um Estádio da Luz a rebentar pelas costuras, os sub-20 portugueses arrebatam, com mérito e muito talento à mistura, o Campeonato do Mundo de Sub-20 pela segunda vez consecutiva perante um Brasil em lágrimas.
Apesar de falhadas as qualificações para o Euro 92 e Mundial 94, a geração bicampeã do mundo de juniores levaria a Seleção até ao Europeu de Inglaterra (1996) onde, inspirados pela classe de Figo, Rui Costa e João Pinto, Portugal chegaria aos quartos de final da prova.
Se a Seleção destilava classe pelos relvados das maiores competições mundiais, o FC Porto não lhe ficou atrás arrebatando a Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1987 diante do Bayern de Munique graças ao inspirado calcanhar de Madjer.
Um remate para a eternidade da história do futebol em Portugal
No torneio continental que se realizou a meias entre Bélgica e Países Baixos (2000), Portugal deslumbra a Europa, mas não a França e dois anos depois aterra no mundial da Coreia/Japão para uma participação que acaba na fase de grupos.
O tão ansiado ano de 2004 chega. Portugal de lés-a-lés veste-se de verde e vermelho para receber o Europeu e embalar a seleção até à final onde acabará destroçado pelo golo do grego Charisteas.
Pelo meio deste carrossel de emoções, o FC Porto de Mourinho ganha, em anos consecutivos, Taça UEFA, UEFA Champions League e a última e mítica Taça Intercontinental. Em 2011, acontece o até então impensável, quando FC Porto e SC Braga se defrontam na primeira e única, até à data, final europeia completamente lusa da história.
Benfica e Sporting quase atingem o céu, perdendo, respetivamente, duas finais da Liga Europa (2013 e 2014) e uma final da Taça UEFA (2005).
A Seleção respira saúde e, depois de não falhar qualquer qualificação para Europeus e Mundiais há 16 anos, chega à final do Campeonato da Europa de 2016 realizado em França. Perante a equipa da casa e com Cristiano Ronaldo lesionado nos primeiros minutos de jogo, é Éder, um herói tão improvável como os de Amesterdão que, após receber um passe de João Moutinho e alargar a passada, remata para a eternidade da história do futebol.
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